sexta-feira, 29 de abril de 2016

Uma visita inesperada

Estava sentado na cama, como habitual. Tu, meu irmão, chegou do nada e sentou do meu lado. Eu não parava de olhar pela janela, o céu lá fora estava lindo. Te mostrei o que via e de início tu nem deu bola. Um céu nublado pareceu tão sem graça né? O que não perdeu a graça foi aquela nuvem que entrou pela janela, nuvem esta que somente tu conhecias do que era feita. Experiência própria, talvez? Nos tirou um riso ou outro.

Em questão de segundos, o céu que antes era claro começou a se escurecer e o Sol a se por. Tão de repente aconteceu, tanto quanto esse tempo ao teu lado. Após vermos o céu de Sol poente, o tempo fechou. Como se meus sentimentos fossem mostrados através do clima, a confusão tomou o céu. Furacões, redemoinhos, tempestade forte. Tudo de uma vez só.

Tu, como quem não quer nada, foi pra varanda. A chuva e a tempestade pareciam uma leve brisa para ti. Passaste por tanta coisa, né? Não era água nem frio que iriam te afetar. Depois de um tempo, olho pra fora e te vejo vestido de batman com uma cara séria. Tomo um susto e tu abres um sorriso, aquele mesmo sorriso que me dá saudades de tempos antigos. Rimos juntos, como duas crianças, risos puros e de alegria verdadeira.

Fiquei com sede e fui pegar uma água, tua visita era breve e eu sabia que a sede não iria se saciar nesse pequeno tempo. Talvez uma bebida te ajudasse a ficar um pouco mais. Com o computador debaixo do braço, fui para a cozinha e encontrei pessoas que não convém comentar, algumas que eu nem sei quem eram.

Ao voltar pro quarto um pouco depois, te vejo com uma vassoura e uma cara de culpado. Varrias embaixo da minha gaveta. Comecei a rir e perguntar o que tinhas quebrado. Não queria que a culpa te consumisse, nada que tu quebrasse poderia me deixar brabo contigo. Tu me disse que lembrava que eu tinha reclamado da gaveta quebrada e comprou uma nova, queria fazer uma surpresa, mas que ela acabou caindo.

Bem idiota, olhei pro chão e vi um computador. Logo, indaguei: "tu quebrou meu computador??". Antes mesmo de tu responder, me toquei que tinha levado ele para a cozinha. Tu olhou para a prateleira e eu vi as coisas que normalmente ficavam embaixo da gaveta. O tigre de pelúcia estava normal, teu boné também, nada parecia estar quebrado. Fui olhando pro lado até que vi algo com um pano por cima. "Dramático, né Thu?".

Levantei o pano e encontrei aquele R2-D2 que tu tinhas comprado na tua viagem. Estava em pedaços, peças soltas. Soltei elas na cama e a visão começou a turvar. Pouco a pouco as lágrimas começaram a vir. Num fechar de olhos, senti o teu abraço. Não paravas de pedir desculpas por isso, mesmo que eu falasse que não tinha problema algum.

Tive que pedir que te afastasses do abraço, mas não foi por mal. O peso do teu corpo estava me machucando como agulhas numa cama de faquir. Sentia o peso daquele abraço, algo tão bom, mas que se tornara em algo doloroso. As lágrimas caíram, o peso saiu, o sonho acabou. Acordei, Thu; abri os olhos e tu não estavas do meu lado. Agradeço pela visita. Acho que a água acabou não te segurando muito né? Na próxima, eu trago umas cervejas e a gente conversa mais, mesmo que eu não vá beber contigo. Enquanto isso, fico no aguardo. Obrigado, mesmo! :)



segunda-feira, 21 de março de 2016

Vai, ama!

Ama.

Vai, ama a ti mesmo!

Ama aos outros,

ama o amigo que tu vê todo dia,

ama o que tu vê uma vez por ano,

mas ama,

de todo coração.

Vai, não para de amar!

Dá a cara a tapa,

entrega teu coração.

O que tu tens a perder?

Vai, deixa de ser medroso!

Amar requer coragem.

Aquela mesma que tu tem guardada ai dentro.

Todos temos,

nem todos usamos.

Vai, diz "eu te amo"!

Sério, mas só se for sincero.

Não diga só porque alguém te disse.

Diz se tu quiser dizer.

Mas ei, se o teu coração já disse,

não deixa a boca esperando muito tempo.

Tu sabes como é bom ouvir isso.

Vai, vive sem medo!

Porque quando se ama,

todos os medos se vão

só por estar perto das pessoas amadas.

Ou vai dizer que tu nunca te sentiu seguro

só por estar perto de alguém?

Tem pessoas que jogam todos os problemas longe

pelo simples fato de dizerem um "oi".

Vai, independente do porquê!

Tu não precisas de motivos para amar,

pra viver, pra respirar.

Somente ame o tanto quanto respiras, ou mais!

Podes até dar razão para os teus sentimentos,

mas tenta ouvir um pouco eles independente disso.

Vai, só vai!

Deixa o amor te guiar,

deixa ele animar teus dias.

Segue teu coração,

segue teu rumo,

segue feliz.

Vai, só vai!

Porque se tu não for,

eu não posso ir por ti.

Só não deixa pra depois, tá?

Nunca é tarde para amar,

mas o depois sempre pode ser tarde demais.

Vai, só ama!

Deixa teu coração a mostra

e não te preocupa em não sofrer.

Mais sofrem aqueles que não amam

do que aqueles que tentaram.

sexta-feira, 11 de março de 2016

Uma longa jornada

Tarde da noite e o coração não se aquieta.

Volta a palpitar por sentimentos antigos,

volta a sangrar por dores inúteis,

volta a mandar na mente.

Como que um rio numa montanha, me deixo levar,

deságuo no oceano dos pensamentos

e ali me afundo.

De tão fundo que vou,

procuro refúgio em Atlantis,

a cidade - talvez - tão perdida quanto meu coração.

Quisera eu não ter subido aquela montanha,

não ter me deixado levar pela vista

mesmo que parecesse tão linda

(e de fato era).

Mas fui, me entreguei a subir,

escalar, desbravar sua floresta.

Foi uma caminhada turbulenta,

perigosa até, diria.

Acontece que, ao chegar lá,

encontrei-me sozinho comigo mesmo.

Ao te procurar, te achei parada no pé da montanha.

A subida era arriscada demais para ti,

não estavas pronta pros obstáculos que vinham pela frente.

Tudo bem, eu te entendo.

A última vez que tu tentou subir não foi a melhor experiência.

Ao invés de te esperar e ir caminhando junto,

preferi sair correndo em busca do que eu queria.

Esqueci de te levar junto comigo.

Cometi meu erro e tentei descer de novo,

te pegar pela mão e caminhar.

Porém, tu não querias mais.

Preferiu ficar na planícies das mesmices.

Sem entender,

tentava te levar ao topo em cada montanha que passávamos.

Enfim, nossas jornadas seguiram.

Tu seguiu o teu caminho,

e espero que um dia tu consigas enxergar o topo também,

seja por ti mesma, ou seja por alguém ter subido junto.

Te desejo uma boa caminhada até lá.

Enquanto a mim,

busco montanhas mais altas ainda,

busco pessoas dispostas a subir comigo,

mas vou de coração aberto,

sabendo os erros que não devo cometer

e como devo caminhar.

Busco a minha felicidade,

a volta a margem do lago,

a saída da profundeza do oceano.

Busco, sim, um sentido real pro meu coração.

Norte, Sul, Leste ou Oeste,

pra onde ele me guiar é exatamente para onde quero ir.

Sem medo de arriscar,

sem medo dos obstáculos,

somente feliz em ter uma direção,

em tentar.

Sempre.

Até acertar.

Até achar a vista perfeita.

sábado, 30 de janeiro de 2016

Memórias, boas memórias.

Certa vez,

conheci uma garota.

Ela era a mais sorridente de todas.

E cara, que sorriso!

Daqueles que iluminam teu dia mesmo!

Como que do nada,

nos tornamos melhores amigos.

Nos falávamos do "bom dia" ao "boa noite",

durante as aulas, no trajeto do ônibus,

a todo momento.

O dia que ficávamos sem dar bom dia

já sabíamos que um dos dois não estava bem.

Passávamos horas nos falando por áudio.

Ela me chamava de idiota por gosto.

Eu a chamava de idiota por querer medicina,

por comer peito de peru com melão

e pelo mesmo motivo.

Perto dela eu me sentia o melhor professor de matemática do mundo.

Voltava alguns anos na memória,

reaprendia os cálculos

e ajudava nas questões de vestibular.

Ela tava no terceirão nessa época

e ainda assim vivia estudando.

Mas, claro, os 15 minutos de soneca

depois do almoço eram sagrados!

"Pedro, por favor, me acorda!

Se eu não aparecer em 15 minutos, me acorda!"

E, claro, eu fazia.

Afinal, tem algo melhor do que ligar pra alguém,

acordar essa pessoa

e ainda ouvir ela pagando mico com voz de morta?

Isso sem contar as ligações por conta do medo de ficar sozinha em casa.

A amizade foi seguindo e um sentimento maior surgiu.

Já não era só amizade que eu queria.

No pior momento que eu podia ter feito,

me declarei pra ela,

sem medo de ser feliz.

"Acho que tu tá confundindo as coisas".

É, ela só queria a minha amizade.

Depois disso, nunca mais foi a mesma coisa.

A amizade superou alguns baques, mas foi caindo aos poucos.

Tentou se reerguer,

mas fracassadamente ruiu.

Não me arrependo do passado,

fiz o que tinha que fazer,

aprendi o que tinha que aprender,

valeu o que tinha que valer.

Às vezes, é melhor tentar e errar,

do que ficar sempre com a dúvida

de se deveria ter feito.

Eu tomei as minhas chances,

eu segui a minha vida.

Poderia ter sido diferente,

mas quando vê, era só isso mesmo

"uma confusão".

O mais importante é que não ficam mágoas.

Hoje, o que fica é isso:

a saudade do que fomos,

o arrependimento do que somos

e o esquecimento que seremos.

sábado, 16 de janeiro de 2016

Saudoso de ti

Saudades de amores que te deixam acordado a noite toda,

que te fazem planejar o futuro,

que te dão alegrias e tristezas.

Saudades de amores esperançosos,

daqueles que te fazem acreditar em comédias românticas,

que te fazem pensar que tu é a exceção,

que te fazem sorrir pro nada.

Saudades de amores recíprocos,

de amizades sinceras,

risos únicos

em sentimentos iguais.

Saudades de amores puros,

onde um toque de mãos se faz em poesia,

onde o beijo diz mais que mil palavras

e um abraço tira toda a dor do mundo.

Saudades de amores sinceros,

daqueles que odeiam mentiras,

que amam de verdade

e que não disputam amor.

Saudades de amores pacíficos,

onde ao invés de brigas

há companheirismo, beijos, risos.

Saudades de amores apaixonados,

daqueles que numa troca de olhar,

os dois corações se entrelaçam,

se enlaçam e não querem mais se soltar.

Saudades de amores honestos,

onde um se entrega ao outro

e, ainda assim, não deixam de ser eles mesmos.

Saudades de amores saudosos,

que te deixam com gostinho de quero mais,

que te deixam com ânsia de viver

e viver ao lado dela,

como se cada cheiro que tu sentisse no dia

te lembrasse do outro

e te pusesse um sorriso na cara.

Saudades de amores em geral,

pois qualquer amor é válido,

desde que te faça bem,

pois amor que deixa saudades

é aquele que tu não esqueces nunca,

aquele que te marca de um jeito que só tu sabes

e que te faz pensar que acreditar no amor é a melhor coisa que existe.

É, saudades de amores que nunca existiram,

porque se fosse amor mesmo

não seriam lembranças e saudades,

seriam o presente e o futuro,

o felizes para sempre.

segunda-feira, 11 de janeiro de 2016

Vai! Segue teu rumo!

Às vezes, é tão bom ir contra a corrente. Sabe, aquele sentimento de que tu estás fazendo o certo quando todo mundo diz que estás errado. Sem muita firula, tu só chega e faz. Não importa, não é o outro que tá vivendo, é tu. E cara, como é bom!

Às vezes, tu mesmo te perde nessa jornada, fica em dúvida: pra onde que a corrente tá indo mesmo? Tu fala pra três amigos e cada um quer te levar prum caminho diferente. Teimoso que tu és, escolhes o quarto caminho: o teu próprio, velejando no mar de sangue que é o teu coração, bombeando emoções e prazeres a cada segundo.

É, nem sempre é fácil. Num dia, estás todo feliz e nada te abala. Noutro, és tu o coitado às 4am reclamando da vida e falando prum amigo que o não nasceu para esse tipo de coisa. E, logo em seguida, és tu escrevendo e aliviando o coração e a mente.

Tudo bem, ninguém é de ferro, mas tem muita gente que se acha de vidro e acaba se quebrando por qualquer porrada que leva. Na primeira rocha que encontra no caminho, já volta atrás. Primeira correnteza que vem, ao invés de nadar mais forte, tu te joga nela e te deixa levar. Qual é a graça de viver assim?

Tá, tu também não é nenhum rebelde, mas cara, quem mesmo é o capitão do teu coração? É essa tripulação toda de amigos que anda do teu lado ou é tu que tá lá no timão e que tem o mapa em mãos?

Tem gente que se abala demais e prefere passar toda a responsabilidade pros outros. E, nesse mar de sangue, quem se perde é tu mesmo. Ao invés de salvar teu barco, só estás indo em direção ao Iceberg. 

Agora, já é tarde demais. O remo foi jogado fora, o navio está a todo vapor. Vai bater. Desculpa, amigo, mas tu vai afundar. E nessa vez sim, tu vais ser o capitão, vais junto com o barco. Teus amigos vão se salvar, mas quem vai se ferrar mesmo é tu. "Mulheres e crianças nos botes".

Tudo isso podia ter sido evitado se lá atrás tu não fosse trouxa de deixar que jogassem fora o remo. Ir contra a corrente, te lembras? Demanda força e determinação. Se tu não tens isso, meu caro, tu nem começou a velejar ainda naquilo que chamamos de mar da vida. 

Remar a favor do vento é mais cômodo e te leva a algum lugar, mas remar contra ele, ahhh meu amigo, te leva onde tu quiser, não te esquece disso! Seja tu o capitão do teu próprio barco. Espante os marujos fracos, deixe somente os de confiança. Seja no amor, na vida ou em que quer que seja, não seja o coadjuvante se tu podes ser o protagonista. Ninguém merece ver a sua própria vida pelos olhos de outros, né?

quinta-feira, 24 de dezembro de 2015

Natal: o dia que o Amor nasceu!

Hoje é o dia de Natal 

e eu queria dizer uma coisa:

Se amem mais!!

Sabem o amor? 

Ele não precisa ser medido

Até porque deveria ser infinito,

que não cabe numa pessoa só,

mas que serviria para todos!

O amor, ele precisa ser cultivado,

mas de uma maneira que as pessoas já não se lembram mais.

Seja como o simples fato de se lembrar de coisas boas,

olhar o outro e entender este como um todo,

ter compaixão,

passear e viajar em pensamentos inimagináveis!

Se deixar conquistar pelo momento 

e apreciar um pedacinho por vez.

Nesta época do ano, é importante lembrar!

Dos esquecidos e do que sempre lembramos também,

é preciso estar presente de corpo e alma.

Se o coração fala mais alto,

deixe-o falar por ti!!

O amor é pra ser vivido, sentido, tocado, transmitido!

O amor é algo tão simples que chega a ser complicado,

onde até mesmo os amantes mais fiéis podem se perder pelo medo.

Mas, se tu tens a coragem de tentar, 

podes despertar o sentimento mais precioso!

O amor pode ser imenso:

arde, é bom, curioso, aperta!

É forte, transborda, é pra ser sentido!

E não importa a tua raça ou tua cor,

se é pobre ou rico,

se é pequeno ou grande, velho ou novo,

o importante é amar!

Amar com o coração,

amar e ser amado!

Seja correspondido ou não,

ame sempre!

Amar não somente a quem acreditas que mereça,

mas a todos!

Pois todos foram criados por Deus e, se assim foram,

é porque nasceram do Amor,

de um amor maior, de um amor verdadeiro!

Amor de Mãe, um amor de entrega, de sacrifício!

Amor que a todo ano temos a oportunidade de presenciar

e sentir sua gratidão, de receber esta benção!

Afinal, o amor é para ser sentido,

seja com ou sem sentido,

ser vivido e transmitido.

E sim, Natal é isso:

Início e nascimento do Amor eterno,

o Amor que dá origem ao despertar do sentimento que é amar.


Texto de autoria de Fernanda Seidel