terça-feira, 28 de abril de 2015

Tempos difíceis.

Mais uma vez, me frustro comigo mesmo. Tentei vir escrever algo, finalmente deu uma vontade, e no fim, não saiu nada que eu gostasse. Desculpem, galera, mas tá foda! Não sei o quanto eu consigo manter o blog aqui, o quanto eu consigo postar mais. A inspiração não chega. Sei que em algum momento a inspiração vai voltar, mas tá demorando e já tá me agoniando isso. Por pior que seja, as minhas inspirações vem de tristezas específicas que parecem não estar mais presentes e que, talvez, eu quisesse que estivessem aqui ainda. Alegrias também me inspiram, mas já são mais utópicas.

Bom, se posso falar algo nessa postagem para não ficar tão chata e sem sentido é que enquanto eu tentava escrever eu ouvia a música "Se for pra tudo dar errado" da banda Tópaz e reparei o quanto eu me encaixo com a primeira parte da música. Para quem não conhece, deixo aqui o link e o trecho que cito:

http://letras.mus.br/topaz/se-for-pra-tudo-dar-errado/

Eu nunca fui bom nisso
Não levo jeito pra dizer
Que vai dar tudo certo
E nenhum desastre vai acontecer


Pois é, eu tento ser o mais positivo que posso, mas muitas das vezes eu não consigo pensar assim. Eu realmente não consigo mentir para alguém quando eu sei que as chances de dar algo errado são maiores. Nesse quesito eu sou péssimo. A música continua e eu acho muito bonita a letra e, principalmente, o clipe dela. Tem um sentido enorme e é muito bonito. Posso não estar bem nas minhas ideias para falar algo decente nas minhas postagens, mas deixo essa música ali para que pelo menos algo de bom vocês possam tirar daqui.

Hasta,
Pedro.

domingo, 29 de março de 2015

A Igreja é velha, retrógrada. Só minha vó vai na missa. Será?

Se tu és jovem, já deves ter ouvido muito isso. Seja dos teus colegas pseudo-ateus, seja dos teus pais, seja do dizer do povo. Ontem, eu não vi isso não... Depois de ter tido uma reunião com os guris do CLJ na sexta de noite, se estendendo até a madrugada, acordamos todos às 7h para nos arrumarmos para ir aprender e ser testemunho de fé. Para quem não sabe, nesse sábado, dia 28/03, ocorreu a Jornada Arquidiocesana da Juventude (mais conhecida como JAJ). Não sei como explicar sucintamente o que é, mas vou tentar através desse texto.

Como ia dizendo, estávamos em 6 nessa reunião e acordamos cedo após termos ido dormir tarde (dormi às 5h...). A minha Jornada começou ali, em reunião com pessoas importantes na minha vida, cada um com uma vivência de fé diferente da minha. Escolhemos a catequese Afetividade e Sexualidade dentre as 5 catequeses possíveis. 8:20 e já estávamos na paróquia para a catequese que começava às 9h. Aos poucos, foram chegando mais pessoas e se juntando a nós. Muita gente desconhecida, mas todos devidamente vestidos com camisetas das suas paróquias. Grande parte era de CLJ, mas ontem pude ver que a juventude de Porto Alegre não se resume à CLJ. Grupos como MEJ, Canaã, jovens vocacionados, entre outros, se fizeram presentes e mostraram que são tão fortes quanto.

Enfim, 9h estava previsto para começar a acolhida dos jovens. Deu a hora e olhei para trás e vi o nosso querido arcebispo Dom Jaime entrando na sala. Então, uma cena muito engraçada aconteceu: Dom Jaime tirou o solidéu de sua cabeça e colocou na cabeça de dois jovens que não tinham visto ele entrar ainda. A cara que os jovens faziam ao se virar e ver que era o nosso arcebispo fazendo isso foi algo incrível! E, claro, Dom Jaime esperava o jovem virar com um grande sorriso no rosto antes de cumprimentá-lo. Posso dizer que vi ele poucas vezes desde que assumiu o cargo, mas nesse dia cresceu mais o meu respeito e carinho por ele! Não pude evitar de imaginar: "Dom Jaime deve estar pensando: 'Viu, tu podes ser o próximo!' para cada jovem que colocava o solidéu".

Bom, a catequese ocorreu com diversos momentos de perguntas, música e tom de debate. Ouvir os padres Lucas Mendes e Ignácio (espero estar escrevendo certo) nos enaltecendo com suas palavras tanto em relação a posição da Igreja, quanto em relação aos seus depoimentos pessoais foi muito bom! Claro que as outras participantes também tiveram grande importância, mas fiquei fascinado ao ouvir um padre de 29 anos e um pouco mais de um ano de sacerdócio falar sobre o assunto. A juventude também está presente no clero!

Depois disso, mais de 200 jovens comeram no mesmo salão que ocorreu a catequese. Sem problemas, sem caras feias, sem empurra-empurra. Todos com muito respeito, se ajeitando em cadeiras e com os pratos no colo, comeram muito bem e se respeitaram. Ninguém precisou coordenar e chamar eles para que tudo desse certo. Simplesmente deu certo por todos estarem ali por um mesmo objetivo e por ter esse ideal maior que os une.

Até então, eu que não curto muito multidões, já estava me sentindo um pouco sufocado com tanta gente ali. Tirei uns minutos para ficar sozinho e descansar e depois fomos para o centro, onde 200 jovens não seriam nada mais nada menos que uma pequena parcela do que vinha pela frente. Chegamos na prefeitura e pudemos ver diversas faces conhecidas. Faltava uma hora, quase, para o início das atividades e, ainda assim, já tinha bastante gente ali. Entre cumprimentos e apresentações, os jovens começaram a cantar as músicas que já estão acostumados a cantar nos seus grupos. Um grande folclore se mostrou e todos se empolgaram. A multidão não me foi problema nessa tarde.

Às 15h, os organizadores foram para cima do caminhão de som e começaram as propostas. Tenho que dizer que eu sou uma pessoa muito tímida e não gosto de me mostrar muito em público, mas quando o Matheus Ayres começou a puxar as músicas, pedir que o pessoal levantasse os braços, puxar as dezenas, eu não tive a menor vontade de manter a timidez. Fiz tudo com o maior sorriso no rosto só pensando: "Cara, Cristo é demais!". Teve momentos, sim, que eu acabei ficando um pouco pra baixo com alguns pensamentos, mas que logo sumiam ao me perguntar: "Por que eu estou aqui mesmo?" e logo vir a resposta: "Ah, sim, é por Cristo! Não quero pensar no que me faz mal!".

Durante esse tempo entre a procissão e a missa, pudemos rezar algumas dezenas do terço, cantar músicas que inspiram o coração e, ainda, fazer um "Vem! Vem! Vem!" para as pessoas nos prédios e na rua. Ver tantos jovens em harmonia, tantos abraços puros, tanta manifestação de Deus nos jovens foi algo incrível, indescritível! Mais de mil jovens gritando a todos pulmões que aquela é a juventude do Papa, a juventude do Arcebispo, a juventude de Cristo! E não eram só jovens nesse meio, tinham padres, de cabelo branco até! gritando com toda a sua força de vontade que aquela era a juventude do Papa e NÃO se excluindo disso! Porque sim, os nossos padres, independente de idade, também são responsáveis por essa juventude linda que não tem medo de caminhar nas ruas do centro rezando e professando a sua fé!

Bom, entre uma dezena e outra, o que mais me chamou a atenção foi um fato que aconteceu: surgiu a proposta que se abraçasse os irmãos e se desejasse a paz de Cristo (falasse Shalom). Enquanto desejava pro pessoal da minha paróquia, vi um padre conhecido e após desejar para eles, fui falar com ele, dar um abraço e desejar a paz. Conversei um pouco com ele e apareceu um morador de rua para falar conosco. Sem preconceitos, ocorreu o seguinte diálogo:

"A paz de Cristo!" (começou ele)
"A paz de Cristo, meu amigo!" (apertando as mãos)
"Qual é teu nome?"
"Pedro, e o do senhor?"
"Antônio. Reza por mim, tá?"

Não lembro a minha resposta, mas disse que sim de algum jeito e depois ele seguiu o caminho dele. Ele estava mastigando enquanto falava comigo, com roupas bem degradadas e com uma sacola com as coisas que tinha. Mediante tanta juventude, ele poderia ter pedido tanta coisa. Podia ter pedido dinheiro, comida, bebida. Não, o que ele queria era que eu orasse por ele. Isso já bastava. Diante de tantos jovens, a pessoa que mais me deu o seu testemunho foi esse morador de rua e a sua humildade. O Antônio viu em mim e em outros jovens que abordou algo que o fez ter certa esperança e, mais que isso, nos passou esperança. Acredito que com a vida que ele possa ter tido, a vida que tem e entre tantas outras coisas, o que ele mais quis cuidar foi do espírito dele. A fome pode ser saciada por um tempo, assim como a sede. Mas a preocupação dele foi em alimentar o espírito. Com certeza ele alimentou o meu espírito.

A procissão terminou na praça da matriz e ficamos aguardando até o horário da missa. O entorno do monumento ficou pequeno para tantos jovens. Acabamos invadindo o espaço de pessoas que estavam por ali, mas não foi para jogar eles para fora de lá, mas, talvez, para chamar eles também para participarem disso. Começaram a testar o som enquanto o Dom Jaime falava no início da missa, mas tudo bem, estávamos em espaço público e houve conflite de horários. No resto da procissão, vi gente falando mal das Ave-Marias que rezávamos, jogando bafo de cigarro na cara de quem passava, enfim, desrespeitando o nosso momento. Mas, em nenhum momento, vi os jovens retrucando. Seguiram firme em seu ideal. Deram o seu testemunho! "Felizes vocês, se forem insultados e perseguidos, e se disserem todo tipo de calúnia contra vocês, por causa de mim" (Mt 5, 11).

Então, teve a missa. A Catedral nunca ficou tão pequena para tanta gente. Consegui sentar só porque o pessoal da minha paróquia guardou um lugar para mim, mas logo após a benção inicial, Dom Jaime convidou os jovens a se sentarem nas escadas do altar e junto aos padres caso faltasse lugar para todos. Ali se configurou a juventude! Sem desrespeito algum, sentaram-se nas escadas e se fizeram parte importante desse povo de Deus que celebrava em comunhão! A missa em si foi ótima! Tenho que ser honesto e dizer que dei umas piscadas devido ao cansaço que estava, afinal, depois de 10 horas em atividades, sentar e ficar calmo por um período de tempo já era o suficiente para cair. Mesmo assim, consegui prestar atenção na homília de outro querido servo de Deus que eu não conhecia, mas que nutri um carinho especial nesse dia: Dom Leomar, nosso arcebispo auxiliar recém nomeado! Como sempre, foi incrível ver tantos padres em comunhão com o arcebispo e rezando ao mesmo tempo durante a consagração. Pra terminar, Dom Jaime ainda fez uma piada com a altura do pároco da Catedral e ouvimos tanto dele, quanto do padre Eduardo umas palavras de agradecimento à juventude, ao arcebispo, à arquidiocese.

Não satisfeitos, alguns jovens do CLJ SP ainda quiseram confraternizar mais e vir aqui em casa para uma janta rápida. Pudemos agradecer perante o alimento e pelo ótimo dia que todos tivemos, pela juventude ter se mostrado forte! Foi um dia cheio, mas não somente de compromissos, nem de falação, mas cheio de Deus e do Espírito Santo, cheio de Cristo em cada face que eu via, cheio de amor, harmonia e união! Então, se me perguntarem o que é a JAJ, só posso responder com uma coisa: é Deus mostrando o seu amor através da juventude!

Shalom!

quarta-feira, 18 de março de 2015

Now you're just somebody that I used to know.

Andei pensando nesses dias sobre o que escrever e, hoje, me surgiu um comentário que me fez pensar bastante nesse tema: amizades esquecidas. Estava vendo (pela primeira vez - e adorei) "A culpa é das estrelas" e o personagem masculino principal lembra muito um amigo meu de infância de Florianópolis que não falo mais e que acabou seguindo outro rumo de vida. Estava falando com uma amiga sobre isso e falando que por mais que o personagem me lembrasse do cara eu não conseguia odiar ele (o Gus). Sim, eu tenho essa tendência a descontar em personagens de filmes e afins se eles me lembram pessoas reais.

Enfim, com tudo isso, comecei a pensar mais e relembrar do passado. Começando por Floripa, tenho poucas memórias. Lembro, em especial, de quatro amigos. Um deles é o que lembra do Gus. Os outros foram amizades de diferentes contextos. Um foi aquele amigo que tu vive na casa dele e ele na tua. Lembro de quando fomos numa praça perto da casa dele depois de ter chovido e eu tive a brilhante ideia de descer do escorregador de cabeça para baixo e caí com tudo na poça de lama. Tive que pegar uma roupa emprestada dele até para poder voltar para casa. Há um tempo atrás, vi uma foto dele com o avô dele e até deixei uma mensagem dizendo que lembrava dos tempos de infância (que eu ia para a casa dele que por acaso era do avô dele). As outras duas amizades se configuraram em pouco tempo, começaram e terminaram no último ano que fiquei em Floripa. Um deles acabou indo para o lado das drogas e nunca mais falei com ele. O outro, sei que seguiu um bom rumo, mas ainda não mantive o contato pelo afastamento (8 anos, afinal). Ainda tenho minhas amizades de Floripa, mas esses eu mantenho contato mesmo e sempre nos vemos (por mais que sejam muito enrolados).

Em Porto Alegre, formei algumas amizades no colégio também, por mais que tenha demorado um bom tempo para isso acontecer. Mais rápido do que no colégio, fiz amizades no CLJ (e mais fortes). A questão disso tudo é as pessoas que foram se perdendo no meio do caminho. Pessoas que eu via todo dia na sala de aula e que hoje passam reto por mim na PUC, enquanto isso, encontro um cara que eu nem conversava direito na série que estudamos juntos e nos cumprimentamos de boa depois de nos encararmos e chegarmos a conclusão: "eu te conheço de algum lugar". A mudança de ambiente e convivência realmente muda as amizades. Posso dizer que sinto falta dos últimos meses de Terceirão quando eu estudava tipo 9 horas por dia com um grande amigo (mesmo cursinho e colégio) e que, sim, a nossa relação não continuou diária, mas cara, a amizade continua ótima como sempre. Mesma coisa do CLJ, pessoas que tu participa de retiros, fica uma amizade e não se leva adiante em muitos casos.

Além disso, tenho minhas amizades virtuais. Com o tempo de jogos online eu lembro de algumas figuras que passaram e ficaram por um tempo. Amigos do Lunia e do GC principalmente. Pessoas que tenho no meu facebook e volta e meia temos algum tipo de contato. Claro que não posso deixar de citar o Hec nessa, a melhor amizade que pude querer vinda de um jogo. Posso dizer que ele é o único amigo virtual que eu tenho esse contato quase diário.

Mas enfim, apesar de todas as idas e vindas, dos caminhos que cada um resolveu seguir, tenho que dizer que por mais que hoje em dia eu nem fale mais com muitos deles, eles foram importantes na minha vida. Cada um teve o seu papel na minha caminhada no momento certo. Não me arrependo de nenhuma das amizades, por mais que eu possa não falar mais com a pessoa há 8~9 anos. Não me arrependo do fim que elas tomaram também. Não mudaria nada no meu passado. Hoje, eu sei quem são as pessoas que eu tenho contato diário e quem eu me sinto mal se não conversar, porém, sei que em dois meses isso pode mudar. Podem surgir novas pessoas que vão se tornar tão importantes quanto, ou até pessoas que eu não falava mais e que o contato voltou. Sei que amizades se formam de inconstâncias que passamos na vida. O contato passa por mudanças, assim como a amizade. De qualquer jeito, o que importa são as pessoas que ficam, mesmo se falando uma vez por mês. Agradeço a todos aqueles que me deram e me dão o privilégio de ser chamado de amigo! :)

Um grande abraço para as novas amizades, para as antigas e para as esquecidas que se valeram de seu tempo!
Pedro Meyer. :)

segunda-feira, 16 de março de 2015

Descargo de consciência.

Então, galerinha, tudo na paz?

Eu sei que faz um tempo, quase um mês, que não posto aqui. Tenho motivos para isso: falta de inspiração. Tenho pensado muito nesse meio tempo e muita coisa tem acontecido. O que me falta é, por mais estranho que pareça, dor para escrever. Minha maior inspiração sai disso. Parece que alegria nem sempre é o melhor para sair um texto. É algo que eu tenho que aprender ainda, o foco da minha inspiração. Prometo tentar mais focar nas coisas boas, mas né... nunca se sabe.

Enfim, eu passei aqui mais para deixar esse recado e esse descargo de consciência. Eu sei que não tenho compromisso com ninguém nem nada, mas odeio deixar o blog sem movimentação. Assim que eu terminar essa postagem eu vou tentar escrever algo novamente (tentei antes dessa e não rolou). Se der certo, publico amanhã.

Enquanto isso, deixo o meu abraço aqui e o meu obrigado pela resposta positiva que a postagem do meu irmão teve!

Grande abraço,
Pedro Meyer.

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

Amor de irmão - uma vida como exemplo de cuidado e carinho.

Há 3 anos atrás, perto dessa hora, parentes e amigos da família se encontravam na sala do apartamento, chocados com a notícia e com uma ponta de fria esperança de que fosse outra pessoa e tivessem confundido o corpo. Sim, dia 23 de Fevereiro de 2012 foi o dia em que recebemos a notícia do acidente.

Demorou cerca de uma semana, dez dias, até que pudéssemos dar um fim digno à notícia. Com amigos de Porto Alegre, de tempos antigos e atuais; e com familiares de Florianópolis (a qual incluo as "tias emprestadas", amigas de anos da mãe) fizemos o enterro. Numa vigília que demorou a começar, vimos a prova de amizade quando os amigos do meu irmão, mesmo tendo que trabalhar no outro dia, só saíram do cemitério depois de verem ele. O corpo chegou pelas 5h da madrugada.

Se me pedirem para falar quem esteve ou quem deixou de estar lá, eu não vou conseguir citar um nome que seja. Primeiro, porque eu sei que foi quem pôde e quem não podia, mas deu um jeito. Segundo, porque isso não é algo que se deva ser cobrado. Terceiro, porque não vem ao caso. O que eu posso dizer, sim, é que vi muitas pessoas por lá e que pude ver a grande importância dos 21 anos de vida dele (completaria 22 um mês depois).

Voltei para o colégio uma semana depois. O primeiro dia de aula, por acaso, foi o último dia de vida dele. Muito atenciosos, diversos professores e colegas vieram me dar apoio. A vida seguiu. CLJ voltou, continuei como monitor de pré.

Três anos se passaram, muita coisa aconteceu.

Os amigos dele se formaram na faculdade. Nos convidaram e nos emocionaram. Homenagearam ele e não deu para conter as lágrimas. Fomos prestigiar um futuro que não foi proporcionado a ele.

Meses depois, outra formatura chegou: a minha do terceiro ano do Ensino Médio. Não tão grande quanto de uma formatura de faculdade, mas serviu para se concretizar um dos sonhos do meu irmão: ver a família junto prestigiando um neto/sobrinho/filho/primo.

Vestibulares passaram e a decisão que tomamos juntos quanto ao meu futuro permaneceu. Comecei na arquitetura, mas não na mesma universidade que ele cursava Ciências atuariais. Entrei na universidade que talvez ele entrasse após a formatura, afinal, queria cursar engenharia civil, seguir seu verdadeiro sonho. Ele me ensinou, mesmo sem concretizar, o valor de um sonho.

Comecei a faculdade, comecei as mudanças na minha vida. Fui em festas e cheguei a beber um pouco do que ele tanto aproveitava. Não tive a presença dele para me "ensinar" a beber, mas nunca fiz questão de aprender. Talvez eu tenha sido meio infantil ao pedir para certas pessoas me explicarem sobre bebidas, mas eu era ingênuo ainda. Não adquiri o gosto dele para festejar e beber.

Em paralelo, ia ganhando mais atribuições no CLJ. Participei da coordenação por dois anos e aprendi muita coisa, tive que superar muita coisa e tive que aguentar muita coisa. Mas, acredito, ele não entenderia disso. Sua fé sempre foi muito misteriosa.

A faculdade seguiu seu rumo e chegou o fim do terceiro semestre. Rodei numa cadeira e não me senti nada mais nada menos do que um lixo. Tive vergonha de olhar para as pessoas até, por mais que me dissessem que era algo normal. Sabia do afinco dele pelo estudo, mesmo que tivesse sofrido o mesmo perto do final.

Atualmente, estou em busca de um estágio. Quinto semestre da faculdade. A experiência que ele tinha e a dedicação pelo trabalho que gerou tantos frutos bons poderiam, com certeza, me ser úteis hoje em dia.

Mas, afinal, por que conto um pouco da minha história junto com a dele nessas linhas? Bom, a resposta é bem simples: a história minha e dele sempre esteve muito ligada. Desde pequenos fomos muito ligados e o amor que sentíamos e sentimos um pelo outro não é algo que se pode medir e, principalmente, que pode ser apagado pela morte. No momento, eu sei que não posso amá-lo e demonstrar o amor pessoalmente, porém, a minha fé me diz que num futuro iremos celebrar juntos em plenitude. Ele me ensinou muito em vida e olha, podem ter se passado três anos, mas ele continua a me ensinar. A vida dele foi o maior testemunho que eu poderia querer para a minha vida. Ele não era perfeito, mas isso que fazia dele humano. Tampouco era santo, saberia citar diversas histórias de coisas ruins que eu sei, seja por ter ouvido, ou por ter presenciado. Mas o necessário ele me ensinou.

Hoje, não vivo em memória dele. Tampouco vivo querendo ser ele. Nem ele iria querer isso. Ele sempre me encorajou a ser autêntico e seguir os meus passos, a fazer o que fosse me fazer feliz e não o que os outros quisessem de mim. Hoje, eu vivo pra mim. Para crescer como pessoa, para ser um bom profissional, para ser eu mesmo. Sempre olhando para trás e lembrando do bom exemplo dele e dos bons 16 anos e 360 dias de vida ao lado dele, mas com um olho no futuro, pensando, sim, que a vida segue e o amor permanece. Se hoje tenho uma foto de nós dois quando crianças tanto na carteira quando na cômoda, é para nunca me esquecer que eu tenho alguém que me protegeu, que me protege e que sempre me protegerá. Esse mês, sonhei muito com ele e sabe o que foi mais divertido? Muitos dos sonhos não tinham sentido algum e nem passavam alguma mensagem, mas era só eu e ele brincando, jogando, ou fazendo algo que gostávamos.

Thu, eu te amo e isso nunca vai mudar! Enquanto eu não posso te ver descendo do beliche para me expulsar do computador, te vejo nos meus sonhos com uma grande alegria! Sei que já disse isso várias vezes nesses três anos, mas tenho que dizer de novo: Obrigado pela tua existência, meu querido irmão!

Um grande abraço do teu querido irmão caçula,
Pepê.

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

Defina o amor.

Hoje eu li um texto ótimo

que falava do quanto o ser humano tem se perdido,

do quanto nos esquecemos que temos um coração

e do quanto devemos viver mais e complicar menos.

Então, desafiei uma amiga a escrever.

Escrever sobre o amor,

definir ele na visão dela.

Achei justo o tema,

amor não é algo tão complicado de se escrever, é?

Certo dia, acordei amando.

Tinha certeza disso.

Sorria que nem um idiota só de pensar nela.

Na verdade, eu estava sendo idiota mesmo.

Não sabia o que era o amor naquela época.

Meu "amor" era egoísta.

Caiu em ruínas na primeira dificuldade.

Se tornou ódio.

O amor não é nada simples. 

Naquele dia, aprendi uma lição,

mas só me dei conta dela meses depois.

Nunca se deve falar de amor,

se não houver a certeza no coração. 

Amei erroneamente.

Despertei um sentimento apagado

somente para sentir a dor que ele podia trazer.

O amor é tentativa e erro.

Já amei muitos amigos e amigas.

Não se ama somente família e namorada(o).

Amigos que hoje eu nem falo mais.

Não era amor, 

era uma ilusão.

Se sentir importante para alguém

e gostar disso.

Amar alguém enquanto ela é útil para ti

é brincar com o mais nobre dos sentimentos.

Ou se ama de verdade e se quer para a vida toda,

ou fica quieto e não diz que ama.

O amor não é passageiro.

O nome disso é paixão.

Hoje, ainda não domino esse sentimento,

mas sei distinguir ele

de ilusões, paixões e interesses.

O amor também é acerto. 

Encontrar uma pessoa

que vai se tornar única na tua vida

não é uma tarefa lá muito fácil,

mas é possível e necessário.

Decidir por amar alguém pro resto da vida

é a mais nobre decisão que um homem pode tomar

e que, hoje em dia, é tão banalizado.

É fácil se casar

e dois meses depois se separar.

É normal, dizem.

Não acho normal se entregar à alguém

e prometer amar acima de tudo

pra depois inventar uma desculpa

e acabar com esse amor inacabável.

Se eu amo, amo mesmo!

Sem confusões,

sem querer magoar ninguém mais. 

Vivo o sentimento e busco a reciprocidade.

O amor não é brincadeira.

Ou é, mas brincadeiras saudáveis.

É ver a tua afilhada de 6 meses

e ela começar a puxar o teu cabelo.

É fazer barulho de bolha estourando

e ela ficar parada te olhando e começar a sorrir.

São as pequenas coisas

que se tornam grandes lembranças.

É uma mensagem tua perdida na madrugada

dizendo que me ama.

É um abraço apertado 

mesmo a gente tendo se visto ontem.

É tu me dando um tapa na cara

seguido de uma risada de ambos.

O amor é alegria.

E se ainda assim,

eu não tiver sido claro

e explicado o que eu entendo do amor,

eu te resumo numa frase:

O amor é tudo que faz bem.



quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

Ah, sei lá, vou falar de mim.

E ai, galera!

Então, pensei em escrever um pouquinho aqui sobre mim. Li um texto incrível ontem que acho que me inspirou um pouco e me deixou com vontade.

Eu nunca fui uma pessoa de falar muito. Adoro conversar, mas sou meio tímido demais para puxar assunto, às vezes. Sou muito mais de "falar" pela internet, parece que o tempo extra da digitação me ajuda a pensar no assunto. Adoro escrever, mas não em papel, minha letra é muito feia e tem pessoas que gostam de ressaltar isso vez ou outra. Digito mil vezes mais rápido que escrevo, parece que meus dedos no teclado acompanham muito mais a minha mente. Mesmo curtindo escrever e publicar e ter um blog, não curto muito que as pessoas leiam as minhas coisas. Sou contraditório e inseguro (em alguns aspectos, não em geral). Tipo, não é nada anormal eu pedir para amigos lerem meus textos antes de publicar. Sou muito crítico comigo mesmo e já deletei vários textos, assim como escrevi vários como rascunho que eu nunca irei postar. Voltando às contradições, sou uma pessoa agitada e calma. Gosto de fazer coisas, de reunir meus amigos para ir na piscina, ou para "jogar" futebol americano (só passes, ninguém é de tomar muita porrada); mas também curto ter o meu tempo na minha. Por isso tenho tanta afinidade com a madrugada. Maioria das pessoas dormem e eu posso ter o meu espaço. Sou uma pessoa meio distrativa também, é bem normal eu estar lendo um texto e me lembrar de algo e começar a pensar nesse algo e quando vejo, cheguei no final do texto com os olhos, mas não li nada.

Em certos pontos eu sou certinho demais. Não consigo admitir a tentativa de erro (?). Sim, confuso, mas tipo... Eu não gosto de pensar em fazer certas coisas por saber que eu estarei errando. Bizarro. Bom, outro fato é que eu tenho essa tendência a mudar demais. Enquanto num momento eu gosto de escrever de tal maneira, noutro eu já pego e chuto o balde e escrevo a primeira coisa que vier na cabeça. Sou inconstante demais. Posso estar de boa agora, mas se acontece algo eu já posso ou ficar pra baixo o dia todo, ou por dez minutos, ou seguir meu rumo normal. Também sou ansioso demais. Devo sofrer de algum transtorno de ansiedade, desde pequeno isso me enche o saco. Mas por mais que eu diga que sou ansioso, eu não fico ansioso com coisas futuras. Essa viagem para São Paulo só me fez ficar ansioso no dia que estava vindo. No mês anterior que eu tinha a passagem em mãos, nada mudou.

Falando de comida e fatos aleatórios, eu sou uma pessoa que todos pegam no pé por só beber água praticamente. Vez ou outra que eu bebo suco, quando dá vontade. Não bebo refri, não bebo cerveja, não bebo álcool em geral, não bebo café. Tá, tomo Nescau, mas faz muito tempo que não faço um. Tenho preguiça, eu acho. Pode ser bizarro um jovem com (quase) 20 anos não curtir bebida alcoólica, ou um estudante de arquitetura que não gosta de café, ainda mais um que nunca experimentou cerveja e café. Anwyay, não quero provar, odeio qualquer coisa que possa mexer com o meu organismo e me tirar de mim mesmo. Sim, filosofia estranha, mas é o que eu sigo. Quanto a comida, eu não tenho uma favorita. Todos perguntam e eu sempre falo "sei lá". Também não quer dizer que eu coma de tudo... Sou bem seletivo. Era mais "enjoado" quando pequeno, mas agora eu tiro as coisas que eu não gosto e deu. Nunca curti "coisinhas", tipo cebola, temperos que ficam à mostra, alho, coisas do tipo. Nunca sei explicar, mas a minha família entende. Mas enfim, citei fatos aleatórios ali também: eu sempre quis usar óculos, mesmo achando que deve ser um porre. Nunca precisei usar aparelho, talvez precisasse agora, mas sei lá. Sou uma pessoa que se desapega fácil das coisas e pessoas. Tipo um terço que dei de presente e que senti falta por uns 10 minutos, quem sabe. Pessoas eu demoro mais para desapegar, um dia quem sabe. Claro que não é do nada também, tem que ter algum motivo. Enfim, adoro o R2-D2. Tenho três bonequinhos dele, um cofrinho, um peão e acho que mais uma coisa no meu quarto dele. Curto muito Star Wars e muitos podem me chamar de poser por não ter visto o sexto filme, mas eu não consigo ver filmes antigos sem cair no sono. Já tentei, sério mesmo, mas eu durmo. Odeio filmes muito atuais que investem tanto em efeitos especiais, acho que fica sem graça demais. Me tornei meio cético para uns clichês Hollywoodianos (é assim que se escreve?). Adoro Velozes e Furiosos, mas me irrita que um carro bata e exploda e fique pegando fogo. Sou alguém que se irrita fácil com coisas estúpidas e não irritáveis, mas que só de ver outra pessoa sorrindo já volto ao humor normal. Adoro pinguins, tartarugas e águias/gaviões. Se eu pudesse ter os três eu seria uma pessoa bem feliz. Mas claro, só se o pinguim fosse um mago, a tartaruga uma templária e o gavião um soldado de artilharia ou de combate direto. Sim, tenho mente fértil e isso é bom por vezes e ruim por outras. Adoro jogos em geral, computador, pc, video-game, nintendo 3DS. Apesar de gostar, eu quase não tenho jogado mais, afinal, eu me entrego demais aos jogos e vicio muito rápido. Tudo que eu não gasto de vicio em bebidas e drogas, eu gasto em jogos. Acho que tá bom de fatos aleatórios. Ah, adoro comer tatuíra, me sinto muito manézinho fazendo isso. Agora acabei.

Por último e mais importante, eu sou um eterno apaixonado. Já postei isso, já falei essa frase e já expliquei ela. Mas é a real, eu amo histórias de amor, seja com final feliz, final triste, final duvidoso. Não sou, também, uma pessoa de sair lendo tudo que é coisa do tipo e sair chorando pelos cantos, mas que eu curto uma boa história (de dez linhas que seja), isso eu curto. O que mais me faz cair que nem um idiota nessa coisa chamada amor são as pequenas coisas: Sorrisos, olhos, covinhas nas bochechas, um fio de cabelo solto tornando o arrumado uma bagunça. Enfim, várias coisas. Meu único defeito nesse quesito (que pode ser uma qualidade, talvez) é me entregar demais. Quando eu amo, amo de verdade. Sem ressalvas. Talvez me entregue até demais. Fazer o que...

Ah, não era último ali não. Lembrei de uma coisa muito importante (o que já me ajuda a dizer outro fato: tenho péssima memória, mas acho que só a curto prazo. A longo eu até tenho uma memória razoável.) que são os meus sonhos. Sabe aquela pessoa que sonha em conhecer tudo, ter uma vida super feliz, conhecer o amor da sua vida, ter filhos, casa própria, carro e cachorros? É, não sou eu. Odeio sonhar coisas previsíveis. Meus sonhos, na verdade, são utópicos. Falo de sonho mesmo, aqueles de quando tu dorme e acorda pensando: "caaaaara, minha mente é foda!". Mas sim, eu quero ter filhos, quero ter uma esposa para chamar de minha linda, minha pequena, enfim, seja lá qual for o adjetivo, quero ter a minha casa (projetada por mim, no caso). Quero tudo isso, mas não quero uma vida clichê. Se é pra viver, que seja diferente, que seja do meu jeito. Por isso que eu acho que escolhi arquitetura. Odeio rotinas (outro fato) e coisas fixas. Preciso do novo, preciso de mudanças. Um trabalho que fosse ser igual todo dia só serviria para eu tacar tudo pra cima e aprender a dirigir uma moto para viajar pelas américas arrumando bicos para sobreviver e seguir viagem.

Enfim, isso é um pouco de mim. Sei lá, só deu vontade de escrever para ver se eu me conhecia mesmo. Possivelmente devo ter esquecido muitas coisas importantes, mas ah, quem sabe na próxima. (obs: nem lembro se já não escrevi algo bem parecido com isso, mas deixa quieto).

Tchau, então!
Pê Meyer.

(Outro fato importante: adoro que certas pessoas me chamem de Pê, que outras pessoas me chamem de Pepê e que outras me chamem de Pedro. Infelizmente, não posso controlar quem me chama do quê e muita gente se encaixa na categoria do "não, tu não podes me chamar assim!", mas quem sou eu para falar algo?)