domingo, 6 de novembro de 2016

Procura-se amor!

Vagando pela rotina da existência,
placas apontam a direção para onde o coração deve ir.

Teimoso, ele procura se desviar sempre que uma direção surge.

Não gosta de ser domado, mandado, desafiado.

Se mete no meio da floresta, 
sem lanterna, sem facão, sem repelente, 
a mercê do destino que escolher.

Dono de seu próprio passo,
passa o tempo, passa o dia.

Em determinado ponto, a escuridão se apossa
e todas as direções somem.

Sem chão, o coração indomável se vê frágil.

Corre de um lado pro outro, 
mas não sai do lugar.

Se arrisca um pouco mais, 
até que chega ao topo, 
só para se ver cair pouco a pouco.

Deita-se no chão sem conseguir se levantar mais.

A escuridão não é mais culpa da noite,
mas das próprias escolhas.

O coração aproveita esse tempo para repousar.

A única luz que ele vê é a das estrelas, 
e parece ser o suficiente para iluminar os pensamentos,
rever o passado
e pensar no futuro.

Quando menos se espera, 
as estrelas abrem espaço,
a felicidade volta numa paixão arrebatadora,
aparece o Sol nascente.

O coração se reergue e não há mais outra direção.

Cego aos males sofridos,
se entrega a somente uma possibilidade:
estar perto e deixar que ele tome conta.

Encontrou, por fim, um novo lugar para habitar
e, assim, deixar-se ser quem sempre fora.

A procura acabou,
olhou para dentro de si
e viu que, na verdade, ele sempre foi o amor.