domingo, 6 de novembro de 2016

Procura-se amor!

Vagando pela rotina da existência,
placas apontam a direção para onde o coração deve ir.

Teimoso, ele procura se desviar sempre que uma direção surge.

Não gosta de ser domado, mandado, desafiado.

Se mete no meio da floresta, 
sem lanterna, sem facão, sem repelente, 
a mercê do destino que escolher.

Dono de seu próprio passo,
passa o tempo, passa o dia.

Em determinado ponto, a escuridão se apossa
e todas as direções somem.

Sem chão, o coração indomável se vê frágil.

Corre de um lado pro outro, 
mas não sai do lugar.

Se arrisca um pouco mais, 
até que chega ao topo, 
só para se ver cair pouco a pouco.

Deita-se no chão sem conseguir se levantar mais.

A escuridão não é mais culpa da noite,
mas das próprias escolhas.

O coração aproveita esse tempo para repousar.

A única luz que ele vê é a das estrelas, 
e parece ser o suficiente para iluminar os pensamentos,
rever o passado
e pensar no futuro.

Quando menos se espera, 
as estrelas abrem espaço,
a felicidade volta numa paixão arrebatadora,
aparece o Sol nascente.

O coração se reergue e não há mais outra direção.

Cego aos males sofridos,
se entrega a somente uma possibilidade:
estar perto e deixar que ele tome conta.

Encontrou, por fim, um novo lugar para habitar
e, assim, deixar-se ser quem sempre fora.

A procura acabou,
olhou para dentro de si
e viu que, na verdade, ele sempre foi o amor.

quinta-feira, 20 de outubro de 2016

Uma só e somente uma

Assim como a águia, que sai a voar solitária a buscar um novo rumo,
também se encontram meus pensamentos. 

Num céu de mesmices e emoções, 
meu coração se faz nuvem solitária num dia de Sol. 

O céu azul traz a alegria a tantos, 
mas a ela só permite observar de longe.

Sozinha, essa nuvem não é capaz de fazer muita coisa, 
nem mesmo refrescar uma criança com os poucos pingos que ainda há nela. 

Na imensidão do Céu, essa nuvem é somente mais uma. 
No meio duma tempestade, não será ela que fará falta. 

Porém, se ficar com os pensamentos nas nuvens significa sonhar, 
a esta nuvem não seria tirada a possibilidade.

Ela sonha tocar ao chão, sentir o amor por si só. 

Mas ela não sonha com qualquer chão,
ela quer cair na terra, perto da mais linda das flores,
aquela que irá se alimentar de sua água e dar frutos.

Assim, a flor e a nuvem não serão mais únicas, 
mas unir-se-ão para poderem crescer juntas
e mostrar ao mundo a sua beleza. 

Florescerão e serão felizes sendo uma só e somente uma.

sábado, 7 de maio de 2016

O amor principal.

Normalmente, uso do meu blog para escrever sobre o amor no seu viés de casal. Hoje, vai ser diferente. Em comemoração ao dia das mães, venho escrever para uma pessoa muito especial, a minha avó! Não, brincando, só para deixar a dona Simone irritada mesmo. Venho escrever sobre a minha mãe! Afinal, se não fosse por ela, eu não seria capaz de pensar, agir e nem de amar. Fica meu pequeno texto aqui e um feliz dia das mães para todas as mulheres que são felizes por sustentar esse título!



O tempo passou, né mãe? O Thu e eu crescemos, adolescemos, adultecemos. Te passamos em altura há um bom tempo. Fomos nos tornando mais maduros aos poucos, num longo processo chamado vida. Vida esta que tu nos deu, depois de passar nove meses sendo tão bem cuidados (não tenho memórias, mas acredito que sim). Não sei quanto ao Thu, mas sei que desde pequeno eu já te dei trabalho né? Não bastava ter nascido ainda tinha que quase morrer por conta da carne de porco. Cheguei pra causar e tornar a tua vida uma eterna preocupação e um eterno carinho. Mais uma vez, falando de coisas que eu não lembro, quase morri outras vezes, seja fugindo ou puxando o fio do ferro de passar até ser salvo por um herói que não usava capa, pelo menos não naquele dia. Mesmo assim, sempre fui cuidado pouco a pouco, cagada por cagada. Fugindo ou não do berço, sempre havia aquela preocupação com o pequeno.

Enfim, passei a ter memória, mesmo que ela seja péssima. Nada disso mudou muito. Tá, os atentados a vida passaram a ser bem menos constantes, comecei a perceber que não seria legal não. Ainda assim, sei que problemas causei, causo, causarei. Claro que agora tu já deves estar ou perto de chorar ou lembrando daquela história que tu tanto amas do quanto eu era apegado a ti quando criança e que eu fiquei três dias sem me alimentar direito e com problema na garganta só porque tu estavas viajando para São Paulo. Pois é, os tempos mudaram, eu mudei, tu mudou. Aprendi, passo a passo, a tomar meu voo solo. Em quedas e empurrões, alcancei força o suficiente para voar por mim mesmo. E não, não vou citar a música do Zezé de Camargo e Luciano, "No dia em que eu saí de casa", por mais que se aplique um pouco a nós. Ou talvez muito. Ou completamente. Enfim!

Fui crescendo e nesses 21 anos de vida muita coisa aconteceu. Tivemos nossos momentos bons, ruins, de afastamento, de aprochego. Tive, sim, meus momentos de revolta por conta da mudança e não nego. Sei que fui um péssimo filho naquele momento, mas tu mesma sabes que hoje sou uma pessoa diferente e que nunca voltaria a ser daquele jeito, eu mesmo não me permitiria. Aos poucos, o CLJ foi nos ajudando a nos aproximar e acertar as coisas. Não que eu te odiasse antes como tu pensava, mas não tínhamos aquela facilidade de conversar. Fomos nos abrindo e nos reconhecendo.

Então, chegou um dos momentos que sempre torna esse dia mais difícil: a morte do Thu. Momento esse que sempre me faz lembrar da nossa conversa no ônibus de madrugada enquanto voltávamos de Floripa contra a tua vontade, visto que tu querias que eu faltasse os dois primeiros dias de aula para que a gente ficasse mais quatro dias em Florianópolis. Conversávamos de uma tristeza que seria um tanto quanto banal perto daquela que nos esperava. Bom, não foi fácil, nós sabemos. O Thu era uma parte muito importante da nossa família e faz muita falta, com certeza. Sei que posso falar em nome dele aqui porque mesmo a gente não se conversando muito, ele era meu irmão e eu conheço ele e sei do amor que ele tinha por ti. Mãe, nós sempre vamos cuidar de ti e estar perto de ti. Tanto eu, quanto ele, nunca iremos te deixar desamparada e sozinha. Não estamos presentes nesse momento, mas somos memórias agora. Memória viva e presente para sempre em teu coração. Quer ver?

Lembra daquele abraço que tu me deu quando eu estava entrando no carro para vir para Florianópolis? Abraço quente e triste, mas tão bom. Uma separação houve, mas nunca dois corações estiveram tão unidos quanto naquele momento.

Lembra de quando o Thu foi contigo para São Paulo e depois foi para os EUA? Com certeza foi um momento que muito alegrou ele. Eu lembro bem daquela cena de vocês dois indo para o embarque enquanto eu dava um abraço curto no Thu porque eu não queria chorar, não queria deixar ele com vergonha. Lembro do Eu te amo que eu não disse pra ele e de eu chorando no carro enquanto comia um McChicken. Mas tu nunca guardou o teu amor, sempre disse para ele que o amava, não tinha medo que nem eu tive. Para ti, demonstrar amor nunca foi vergonha.

Lembra de quando eu te chamava de docinho de coco porque mesmo eu não gostando de coco eu sabia que tu adorava ser chamada assim?

Lembra de quando o Thu recém tinha tirado a carteira e vocês não deixavam o coitado dirigir em paz? Algo que se repetiu um pouco comigo, mas que já foi menos do que com ele. O carinho de vocês se demonstrava através de nervosismo que depois se tornou confiança.

Lembra daquele dia que eu voltei do retiro do CLJ I e conversamos na minha cama? Momento de reconciliação e choro, momento de alegria, momento de voltar ao teu abraço.

Lembra quando o Thu chegou em casa sendo levado pelo Quaresma porque tinha bebido demais e tu ficou cuidando dele a noite toda? Eu lembro bem disso e lembro da cara que ele tava no almoço do outro dia.

Lembra dos almoços de final de semana? Nós quatro reunidos a mesa. Mesmo que maioria das vezes eu e o Thu estivéssemos com cara e voz de mortos, eram bons esses momentos.

Lembra de quando eu bati o nariz na árvore no dia do casamento do tio Marcelo e mesmo me dando uma bronca tu riu comigo de eu estar indo maquiado pro casamento?

Lembra das conversas e Cocas que tu compartilhou com o Thu? Disso eu nem preciso perguntar, sei que tu lembra e guarda com um imenso carinho no teu coração.

Lembra disso?


Sei que não é muito, mas é um pouco dele. É uma prova de um "Te amo" escrito por ele. Uma memória que o facebook nos permite ter.

É, mãe, somos e seremos memórias muito bem vividas e conservadas no teu coração. Coração gigante que guarda todos os problemas do mundo, mas que ainda assim possui muitas alegrias. Afinal, quer alegria maior do que ser minha mãe? Pô, eu ia adorar ter um filho como eu, olha que cara incrível! :)   (momento em que tu vais olhar pro pai e falar "é um abobado, né?")

Brincadeiras a parte, tu sabes do carinho, da admiração e do amor que eu tenho por ti. Tu sabes que o Thu também tinha isso, talvez maior ainda do que eu, e que não se acabou. Ele com certeza já está lá no Céu, esperando pelo dia em que vai te dar um abraço de "oi". Mas ei, sinto muito, mano, vais ter que esperar algumas décadas! Ainda preciso dela aqui por um bom tempo, ela só viveu meio século!

Mãe, sei que maioria dos filhos normais prefere escrever textos cheios dos maiores clichês que toda mãe é, mas tu sabes que eu não sou normal e que meu texto também não pode ser né? Só para tu não ficar triste, saiba que sim, tu és merecedora de todos os clichês, desde aqueles "feliz dia do 'leva um casaco, meu filho'", até o "mãe deveria ser imortal".

Sei que eu não estou presente agora e que esse vai ser o
primeiro dia das mães longe de ti que eu me lembre. Sei que texto algum pode tirar o vazio que a minha ausência faz. Sei que não guardamos nenhuma mágoa de brigas e espero que tu não guarde mágoa por este dia. Sei que sinto sim a tua falta e que tu é muito importante para mim, como tu sempre foi. Sei que não contive as lágrimas e passei os últimos 15 parágrafos chorando e querendo estar aí.

Feliz dia das mães, mãe! Obrigado pro existir e ser uma mãe maravilhosa! Teu abraço é um dos melhores que eu conheço e quero sempre contar com ele para me recepcionar em Porto Alegre, mesmo tu com uma voz de sono!

Ah! E antes que eu esqueça, tenho que te contar um segredinho: Já teve vezes que eu fiz o cartão de dia das mães e o Thu só assinou, viu? Acho que esse ano vai ser assim também, eu faço o texto e ele assina com os votos de felicidade que ele sempre desejou e sempre desejará para ti!

Mãe, fica bem aí, toma uns 20 litros de água para reidratar que eu acho que tu vais precisar!

Um grande beijo de filhos que te amam muito,
Pepê e Thu.

sexta-feira, 29 de abril de 2016

Uma visita inesperada

Estava sentado na cama, como habitual. Tu, meu irmão, chegou do nada e sentou do meu lado. Eu não parava de olhar pela janela, o céu lá fora estava lindo. Te mostrei o que via e de início tu nem deu bola. Um céu nublado pareceu tão sem graça né? O que não perdeu a graça foi aquela nuvem que entrou pela janela, nuvem esta que somente tu conhecias do que era feita. Experiência própria, talvez? Nos tirou um riso ou outro.

Em questão de segundos, o céu que antes era claro começou a se escurecer e o Sol a se por. Tão de repente aconteceu, tanto quanto esse tempo ao teu lado. Após vermos o céu de Sol poente, o tempo fechou. Como se meus sentimentos fossem mostrados através do clima, a confusão tomou o céu. Furacões, redemoinhos, tempestade forte. Tudo de uma vez só.

Tu, como quem não quer nada, foi pra varanda. A chuva e a tempestade pareciam uma leve brisa para ti. Passaste por tanta coisa, né? Não era água nem frio que iriam te afetar. Depois de um tempo, olho pra fora e te vejo vestido de batman com uma cara séria. Tomo um susto e tu abres um sorriso, aquele mesmo sorriso que me dá saudades de tempos antigos. Rimos juntos, como duas crianças, risos puros e de alegria verdadeira.

Fiquei com sede e fui pegar uma água, tua visita era breve e eu sabia que a sede não iria se saciar nesse pequeno tempo. Talvez uma bebida te ajudasse a ficar um pouco mais. Com o computador debaixo do braço, fui para a cozinha e encontrei pessoas que não convém comentar, algumas que eu nem sei quem eram.

Ao voltar pro quarto um pouco depois, te vejo com uma vassoura e uma cara de culpado. Varrias embaixo da minha gaveta. Comecei a rir e perguntar o que tinhas quebrado. Não queria que a culpa te consumisse, nada que tu quebrasse poderia me deixar brabo contigo. Tu me disse que lembrava que eu tinha reclamado da gaveta quebrada e comprou uma nova, queria fazer uma surpresa, mas que ela acabou caindo.

Bem idiota, olhei pro chão e vi um computador. Logo, indaguei: "tu quebrou meu computador??". Antes mesmo de tu responder, me toquei que tinha levado ele para a cozinha. Tu olhou para a prateleira e eu vi as coisas que normalmente ficavam embaixo da gaveta. O tigre de pelúcia estava normal, teu boné também, nada parecia estar quebrado. Fui olhando pro lado até que vi algo com um pano por cima. "Dramático, né Thu?".

Levantei o pano e encontrei aquele R2-D2 que tu tinhas comprado na tua viagem. Estava em pedaços, peças soltas. Soltei elas na cama e a visão começou a turvar. Pouco a pouco as lágrimas começaram a vir. Num fechar de olhos, senti o teu abraço. Não paravas de pedir desculpas por isso, mesmo que eu falasse que não tinha problema algum.

Tive que pedir que te afastasses do abraço, mas não foi por mal. O peso do teu corpo estava me machucando como agulhas numa cama de faquir. Sentia o peso daquele abraço, algo tão bom, mas que se tornara em algo doloroso. As lágrimas caíram, o peso saiu, o sonho acabou. Acordei, Thu; abri os olhos e tu não estavas do meu lado. Agradeço pela visita. Acho que a água acabou não te segurando muito né? Na próxima, eu trago umas cervejas e a gente conversa mais, mesmo que eu não vá beber contigo. Enquanto isso, fico no aguardo. Obrigado, mesmo! :)



segunda-feira, 21 de março de 2016

Vai, ama!

Ama.

Vai, ama a ti mesmo!

Ama aos outros,

ama o amigo que tu vê todo dia,

ama o que tu vê uma vez por ano,

mas ama,

de todo coração.

Vai, não para de amar!

Dá a cara a tapa,

entrega teu coração.

O que tu tens a perder?

Vai, deixa de ser medroso!

Amar requer coragem.

Aquela mesma que tu tem guardada ai dentro.

Todos temos,

nem todos usamos.

Vai, diz "eu te amo"!

Sério, mas só se for sincero.

Não diga só porque alguém te disse.

Diz se tu quiser dizer.

Mas ei, se o teu coração já disse,

não deixa a boca esperando muito tempo.

Tu sabes como é bom ouvir isso.

Vai, vive sem medo!

Porque quando se ama,

todos os medos se vão

só por estar perto das pessoas amadas.

Ou vai dizer que tu nunca te sentiu seguro

só por estar perto de alguém?

Tem pessoas que jogam todos os problemas longe

pelo simples fato de dizerem um "oi".

Vai, independente do porquê!

Tu não precisas de motivos para amar,

pra viver, pra respirar.

Somente ame o tanto quanto respiras, ou mais!

Podes até dar razão para os teus sentimentos,

mas tenta ouvir um pouco eles independente disso.

Vai, só vai!

Deixa o amor te guiar,

deixa ele animar teus dias.

Segue teu coração,

segue teu rumo,

segue feliz.

Vai, só vai!

Porque se tu não for,

eu não posso ir por ti.

Só não deixa pra depois, tá?

Nunca é tarde para amar,

mas o depois sempre pode ser tarde demais.

Vai, só ama!

Deixa teu coração a mostra

e não te preocupa em não sofrer.

Mais sofrem aqueles que não amam

do que aqueles que tentaram.

sexta-feira, 11 de março de 2016

Uma longa jornada

Tarde da noite e o coração não se aquieta.

Volta a palpitar por sentimentos antigos,

volta a sangrar por dores inúteis,

volta a mandar na mente.

Como que um rio numa montanha, me deixo levar,

deságuo no oceano dos pensamentos

e ali me afundo.

De tão fundo que vou,

procuro refúgio em Atlantis,

a cidade - talvez - tão perdida quanto meu coração.

Quisera eu não ter subido aquela montanha,

não ter me deixado levar pela vista

mesmo que parecesse tão linda

(e de fato era).

Mas fui, me entreguei a subir,

escalar, desbravar sua floresta.

Foi uma caminhada turbulenta,

perigosa até, diria.

Acontece que, ao chegar lá,

encontrei-me sozinho comigo mesmo.

Ao te procurar, te achei parada no pé da montanha.

A subida era arriscada demais para ti,

não estavas pronta pros obstáculos que vinham pela frente.

Tudo bem, eu te entendo.

A última vez que tu tentou subir não foi a melhor experiência.

Ao invés de te esperar e ir caminhando junto,

preferi sair correndo em busca do que eu queria.

Esqueci de te levar junto comigo.

Cometi meu erro e tentei descer de novo,

te pegar pela mão e caminhar.

Porém, tu não querias mais.

Preferiu ficar na planícies das mesmices.

Sem entender,

tentava te levar ao topo em cada montanha que passávamos.

Enfim, nossas jornadas seguiram.

Tu seguiu o teu caminho,

e espero que um dia tu consigas enxergar o topo também,

seja por ti mesma, ou seja por alguém ter subido junto.

Te desejo uma boa caminhada até lá.

Enquanto a mim,

busco montanhas mais altas ainda,

busco pessoas dispostas a subir comigo,

mas vou de coração aberto,

sabendo os erros que não devo cometer

e como devo caminhar.

Busco a minha felicidade,

a volta a margem do lago,

a saída da profundeza do oceano.

Busco, sim, um sentido real pro meu coração.

Norte, Sul, Leste ou Oeste,

pra onde ele me guiar é exatamente para onde quero ir.

Sem medo de arriscar,

sem medo dos obstáculos,

somente feliz em ter uma direção,

em tentar.

Sempre.

Até acertar.

Até achar a vista perfeita.

sábado, 30 de janeiro de 2016

Memórias, boas memórias.

Certa vez,

conheci uma garota.

Ela era a mais sorridente de todas.

E cara, que sorriso!

Daqueles que iluminam teu dia mesmo!

Como que do nada,

nos tornamos melhores amigos.

Nos falávamos do "bom dia" ao "boa noite",

durante as aulas, no trajeto do ônibus,

a todo momento.

O dia que ficávamos sem dar bom dia

já sabíamos que um dos dois não estava bem.

Passávamos horas nos falando por áudio.

Ela me chamava de idiota por gosto.

Eu a chamava de idiota por querer medicina,

por comer peito de peru com melão

e pelo mesmo motivo.

Perto dela eu me sentia o melhor professor de matemática do mundo.

Voltava alguns anos na memória,

reaprendia os cálculos

e ajudava nas questões de vestibular.

Ela tava no terceirão nessa época

e ainda assim vivia estudando.

Mas, claro, os 15 minutos de soneca

depois do almoço eram sagrados!

"Pedro, por favor, me acorda!

Se eu não aparecer em 15 minutos, me acorda!"

E, claro, eu fazia.

Afinal, tem algo melhor do que ligar pra alguém,

acordar essa pessoa

e ainda ouvir ela pagando mico com voz de morta?

Isso sem contar as ligações por conta do medo de ficar sozinha em casa.

A amizade foi seguindo e um sentimento maior surgiu.

Já não era só amizade que eu queria.

No pior momento que eu podia ter feito,

me declarei pra ela,

sem medo de ser feliz.

"Acho que tu tá confundindo as coisas".

É, ela só queria a minha amizade.

Depois disso, nunca mais foi a mesma coisa.

A amizade superou alguns baques, mas foi caindo aos poucos.

Tentou se reerguer,

mas fracassadamente ruiu.

Não me arrependo do passado,

fiz o que tinha que fazer,

aprendi o que tinha que aprender,

valeu o que tinha que valer.

Às vezes, é melhor tentar e errar,

do que ficar sempre com a dúvida

de se deveria ter feito.

Eu tomei as minhas chances,

eu segui a minha vida.

Poderia ter sido diferente,

mas quando vê, era só isso mesmo

"uma confusão".

O mais importante é que não ficam mágoas.

Hoje, o que fica é isso:

a saudade do que fomos,

o arrependimento do que somos

e o esquecimento que seremos.

sábado, 16 de janeiro de 2016

Saudoso de ti

Saudades de amores que te deixam acordado a noite toda,

que te fazem planejar o futuro,

que te dão alegrias e tristezas.

Saudades de amores esperançosos,

daqueles que te fazem acreditar em comédias românticas,

que te fazem pensar que tu é a exceção,

que te fazem sorrir pro nada.

Saudades de amores recíprocos,

de amizades sinceras,

risos únicos

em sentimentos iguais.

Saudades de amores puros,

onde um toque de mãos se faz em poesia,

onde o beijo diz mais que mil palavras

e um abraço tira toda a dor do mundo.

Saudades de amores sinceros,

daqueles que odeiam mentiras,

que amam de verdade

e que não disputam amor.

Saudades de amores pacíficos,

onde ao invés de brigas

há companheirismo, beijos, risos.

Saudades de amores apaixonados,

daqueles que numa troca de olhar,

os dois corações se entrelaçam,

se enlaçam e não querem mais se soltar.

Saudades de amores honestos,

onde um se entrega ao outro

e, ainda assim, não deixam de ser eles mesmos.

Saudades de amores saudosos,

que te deixam com gostinho de quero mais,

que te deixam com ânsia de viver

e viver ao lado dela,

como se cada cheiro que tu sentisse no dia

te lembrasse do outro

e te pusesse um sorriso na cara.

Saudades de amores em geral,

pois qualquer amor é válido,

desde que te faça bem,

pois amor que deixa saudades

é aquele que tu não esqueces nunca,

aquele que te marca de um jeito que só tu sabes

e que te faz pensar que acreditar no amor é a melhor coisa que existe.

É, saudades de amores que nunca existiram,

porque se fosse amor mesmo

não seriam lembranças e saudades,

seriam o presente e o futuro,

o felizes para sempre.

segunda-feira, 11 de janeiro de 2016

Vai! Segue teu rumo!

Às vezes, é tão bom ir contra a corrente. Sabe, aquele sentimento de que tu estás fazendo o certo quando todo mundo diz que estás errado. Sem muita firula, tu só chega e faz. Não importa, não é o outro que tá vivendo, é tu. E cara, como é bom!

Às vezes, tu mesmo te perde nessa jornada, fica em dúvida: pra onde que a corrente tá indo mesmo? Tu fala pra três amigos e cada um quer te levar prum caminho diferente. Teimoso que tu és, escolhes o quarto caminho: o teu próprio, velejando no mar de sangue que é o teu coração, bombeando emoções e prazeres a cada segundo.

É, nem sempre é fácil. Num dia, estás todo feliz e nada te abala. Noutro, és tu o coitado às 4am reclamando da vida e falando prum amigo que o não nasceu para esse tipo de coisa. E, logo em seguida, és tu escrevendo e aliviando o coração e a mente.

Tudo bem, ninguém é de ferro, mas tem muita gente que se acha de vidro e acaba se quebrando por qualquer porrada que leva. Na primeira rocha que encontra no caminho, já volta atrás. Primeira correnteza que vem, ao invés de nadar mais forte, tu te joga nela e te deixa levar. Qual é a graça de viver assim?

Tá, tu também não é nenhum rebelde, mas cara, quem mesmo é o capitão do teu coração? É essa tripulação toda de amigos que anda do teu lado ou é tu que tá lá no timão e que tem o mapa em mãos?

Tem gente que se abala demais e prefere passar toda a responsabilidade pros outros. E, nesse mar de sangue, quem se perde é tu mesmo. Ao invés de salvar teu barco, só estás indo em direção ao Iceberg. 

Agora, já é tarde demais. O remo foi jogado fora, o navio está a todo vapor. Vai bater. Desculpa, amigo, mas tu vai afundar. E nessa vez sim, tu vais ser o capitão, vais junto com o barco. Teus amigos vão se salvar, mas quem vai se ferrar mesmo é tu. "Mulheres e crianças nos botes".

Tudo isso podia ter sido evitado se lá atrás tu não fosse trouxa de deixar que jogassem fora o remo. Ir contra a corrente, te lembras? Demanda força e determinação. Se tu não tens isso, meu caro, tu nem começou a velejar ainda naquilo que chamamos de mar da vida. 

Remar a favor do vento é mais cômodo e te leva a algum lugar, mas remar contra ele, ahhh meu amigo, te leva onde tu quiser, não te esquece disso! Seja tu o capitão do teu próprio barco. Espante os marujos fracos, deixe somente os de confiança. Seja no amor, na vida ou em que quer que seja, não seja o coadjuvante se tu podes ser o protagonista. Ninguém merece ver a sua própria vida pelos olhos de outros, né?