sábado, 30 de janeiro de 2016

Memórias, boas memórias.

Certa vez,

conheci uma garota.

Ela era a mais sorridente de todas.

E cara, que sorriso!

Daqueles que iluminam teu dia mesmo!

Como que do nada,

nos tornamos melhores amigos.

Nos falávamos do "bom dia" ao "boa noite",

durante as aulas, no trajeto do ônibus,

a todo momento.

O dia que ficávamos sem dar bom dia

já sabíamos que um dos dois não estava bem.

Passávamos horas nos falando por áudio.

Ela me chamava de idiota por gosto.

Eu a chamava de idiota por querer medicina,

por comer peito de peru com melão

e pelo mesmo motivo.

Perto dela eu me sentia o melhor professor de matemática do mundo.

Voltava alguns anos na memória,

reaprendia os cálculos

e ajudava nas questões de vestibular.

Ela tava no terceirão nessa época

e ainda assim vivia estudando.

Mas, claro, os 15 minutos de soneca

depois do almoço eram sagrados!

"Pedro, por favor, me acorda!

Se eu não aparecer em 15 minutos, me acorda!"

E, claro, eu fazia.

Afinal, tem algo melhor do que ligar pra alguém,

acordar essa pessoa

e ainda ouvir ela pagando mico com voz de morta?

Isso sem contar as ligações por conta do medo de ficar sozinha em casa.

A amizade foi seguindo e um sentimento maior surgiu.

Já não era só amizade que eu queria.

No pior momento que eu podia ter feito,

me declarei pra ela,

sem medo de ser feliz.

"Acho que tu tá confundindo as coisas".

É, ela só queria a minha amizade.

Depois disso, nunca mais foi a mesma coisa.

A amizade superou alguns baques, mas foi caindo aos poucos.

Tentou se reerguer,

mas fracassadamente ruiu.

Não me arrependo do passado,

fiz o que tinha que fazer,

aprendi o que tinha que aprender,

valeu o que tinha que valer.

Às vezes, é melhor tentar e errar,

do que ficar sempre com a dúvida

de se deveria ter feito.

Eu tomei as minhas chances,

eu segui a minha vida.

Poderia ter sido diferente,

mas quando vê, era só isso mesmo

"uma confusão".

O mais importante é que não ficam mágoas.

Hoje, o que fica é isso:

a saudade do que fomos,

o arrependimento do que somos

e o esquecimento que seremos.

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