sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

The End.

Nessa semana, chegou até mim a notícia de que o Grand Chase seria encerrado. Para quem não sabe, GC é um jogo da KoG que foi introduzido no Brasil pela Level Up! Games. Depois de 8 anos existindo, decidiram encerrar para dar ênfase a outros jogos que serão lançados, até onde entendi. Pode parecer um tema bobo de se abordar para muitos, afinal, podem vir e dizer "ah, mas é só um jogo". Não podiam estar mais errados.

Sabe, esse jogo tem um significado muito especial para mim e para o meu melhor amigo, Heitor. Já falei dele algumas vezes aqui no blog e, até, citando que eu tinha conhecido ele num jogo. Pois é, foi no GC. O noobzinho (novato) pedinte de Kazeaje se tornou a pessoa que mais me passa confiança e amizade hoje em dia. E, claro, ele me passou nesse jogo e em todos outros jogos que jogamos depois. hahah

Enfim, o que para muitos pode ser "só um jogo", para mim não é. Comecei a jogar esse jogo na Season 1 (primeira temporada), em Florianópolis. Meu irmão pegou para jogar, na verdade, numa madrugada e pegou o level 16. Eu, depois, demorei uma semana para pegar o level 15. Sim, ele tinha uma facilidade para jogos muito maior do que a minha. Depois, na volta para Porto Alegre, baixei no antigo computador e até abrir o jogo demorava em torno de 15 minutos travado numa página, mais 5 noutra, até que eu realmente pudesse me logar para jogar. Detalhe: Eu não podia entrar na sala de ninguém, afinal, se eu o fizesse o jogo travava e fechava. Eu tinha que jogar sozinho no início, mas para mim não era problema, eu me divertia bastante matando cogumelos e gons.

Tempo depois, compramos um novo computador e o jogo virou algo completamente diferente. Um mundo se abriu para mim. Comecei a jogar com outras pessoas e ver o quão incrível poderia ser. Participei da famosa Caçada 25. Morri muito, claro. Fiz expedições, matei trolls, paradoms, até as malditas 5 harpias que todo mundo odiava e que sempre te tacavam abismo abaixo e lá se ia uma vida. Passei para a segunda classe, cavaleira. Usava a espadachim na época, até aprender a usar a arqueira melhor e me apaixonar eternamente pela mira dela. Comecei a desbravar missões mais difíceis e até entrei em salas que tinham hackers que ajudavam o pessoal a upar (mesmo que eu estivesse cagado de ter a conta resetada). Enfim, muita coisa aconteceu nesse início.

Lembro que veio a Season 2 e mudou completamente o estilo do jogo. Meus amigos do colégio até comentaram bastante e novos combos surgiam, novos gráficos e, melhor de tudo, novos mundos. Comecei a ficar mais forte e enfrentar sozinho o modo heroico. Até que um dia... estava sem fazer nada e resolvi dar uma olhada nas salas de missão heroicas que eu tinha que completar para ganhar uma asa que se tornou obsoleta rapidinho até. Achei uma sala com um titulo pedindo ajuda. Lá, o jovem "XimP" estava esperando que uma "boa alma" o ajudasse a passar as vezes necessárias para completar parte da quest das Asas Heroicas. Foi a melhor coisa que eu fiz na vida. Lá, comecei a ajudar esse carinha e, no fim, a internet dele era uma droga. Estávamos no chefão já e só aparecia a notícia: "XimP desconectou-se". E eu pensando: "oba...". Mas ok, fui paciente e não me importei tanto, tava pela ajuda e pela diversão. Achei muito engraçado que a criatura não parava de me agradecer e que achava estranho quando eu falava palavrão. (Sim, até hoje eu nunca vi o Heitor falar um palavrão mesmo)

Bom, dali, surgiu uma grande amizade que desbravou Vermecia, Ellia, Xenia e o mundo todo do Grand Chase. Uma amizade que solou Berkas numa madrugada depois de um mês sem jogarmos juntos por conta de uma missão evangelizadora que ele foi fazer. Uma amizade que fez ele largar o servidor pirata para vir jogar o servidor da LuG de Ragnarok. Uma amizade que começou a jogar junto por um bom tempo, seja lá qual fosse o jogo. Uma amizade, que mesmo sem jogar nada, se mantém firme, afinal, o jogo foi o começo somente, a vida deu rumo ao resto.

Nesses anos após começar a jogar Grand Chase, joguei outros jogos também e fiz amizades neles. Lembro do "Paulinho541" do Lunia, que foi para o GC depois também. Lembro de outras amizades que surgiram no GC também como o thur-hary, o Diego (que não lembro agora o login dele) e o Lucas Paixão (que também não lembro o login, mas é o sobrenome dele mesmo). Enfim, tem gente que até hoje eu tenho no facebook e falo de vez em quando. Amigos incríveis que os jogos me proporcionaram conhecer. Claro que também tiveram aqueles que só se aproximaram de mim para roubar meus itens, para extorquir ajudas ou para me xingar, mas isso faz parte desse mundo online.

Aprendi muita coisa nesses anos e achei nos jogos um refúgio da vida social. E ao mesmo tempo, encontrei neles uma vida social. O que começou como uma simples diversão, se transformou num novo mundo. Tenho que admitir que sim, já gastei dinheiro em jogos. Já fiz a minha mãe me emprestar o cartão dela só para eu liberar a Amy porque a missão para ganhar ela iria demorar pelo menos um mês seguido fazendo. Mas sabe, não me arrependo de ter gasto 40 reais no set necromante da minha Lire na Season 2, não me arrependo de ter gasto 20 reais para comprar a arqueira do Lunia. Tudo isso fez parte da minha diversão quando criança / adolescente. Que nem tem adolescentes que, hoje em dia, preferem gastar esse dinheiro com festas e bebidas.

Muitos podem ler esse texto e ainda achar idiota e/ou não entender nada. O mundo dos jogos só permite ser entendido por aqueles que realmente já se entregaram a ele algum dia. Não espero que tu entendas, mesmo. A tristeza do término do Grand Chase é algo real. Hoje, o Heitor me trouxe um link de uma petição para que a KoG vendesse o GC para a LuG e, assim, ele se mantivesse de pé. Na minha opinião, eu não quis assinar, afinal, o GC já foi um grande jogo e de grandes desafios, que foi vencido pela fome infantil de ter seu personagem num nível alto ajudado pelos desenvolvedores. O jogo foi estragado pela facilidade que foi trazida. Eu acho difícil que o GC volte a ter os dias majestosos que já teve. Sim, ele poderia continuar a trazer lindas histórias como já vi de casais que se conheceram pelo jogo e levaram para a vida real, ou até de amizades que nem a minha e do Heitor, mas eu acredito que esse fim tem que ser agora. O jogo já não rende mais o que deveria render de diversão. Não estou julgando para que todos tenham essa opinião, cada um tem a sua, mas para mim: Foi bom, mas vamos seguir em frente! "Todo fim é um novo começo". Agarrado nesse pensamento, acredito que os jovens que se entregaram a esse jogo podem buscar um novo meio de construir suas histórias. Eu busquei outros jogos e hoje não jogo nada por saber do meu vicio que me faria me afastar de outras coisas, porque eu me conheço e sei que não consigo conciliar as coisas, mas tudo isso me ajudou na minha formação.

Bom, galera, eu sei que isso pode ter sido meio maçante e nada a ver, mas é uma realidade para milhares de jogadores. Fico feliz pelos resultados que o GC trouxe, mas se for o fim mesmo, me despeço como um bom amigo que sabe que a partida é por um bom motivo e que a "vida" dele foi boa e gerou frutos. É uma pena ver o fim de algo que já me trouxe tanta diversão, mas tudo que é bom termina em algum momento. Esse mix de sentimentos é complicado. hahaha


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