sexta-feira, 14 de novembro de 2014

Deus não está morto!

Olá!

Depois de tanto tempo me enrolando, finalmente vi o filme "God's not dead" (Deus não está morto). Para quem não viu, recomendo que pare de ler por aqui e, assim que possível, vá ver o filme! Talvez a minha postagem contenha muitos "Spoilers" (comentários sobre coisas que acontecem no filme) e isso possa deixar um pouco sem graça depois. 

Bom, para começar, um jovem é desafiado por um professor de filosofia a comprovar que Deus não está morto. Saindo um pouco do ponto de vista religioso, imagina se estivesses tu, na tua aula básica de sei-lá-o-quê e tu tivesse uma opinião contrária sobre algo que o teu professor estivesse falando e ele te desafiasse a provar, em nível acadêmico, que ele está errado. A reação básica seria: "Ahh... deixa quieto, professor, o senhor tá certo mesmo...". Pois é, ter coragem de enfrentar um professor não é algo fácil (isso, é claro, quando se tem absoluta certeza do que se fala, não saiam desafiando os professores por qualquer besteira como já vi acontecer).

Voltando ao ponto da religião. Mais difícil ainda do que tu teres que provar algo a alguém, é ter que falar de religião. Infelizmente, religião tem se tornado um tabu de discussão. "Religião não se discute", muitos dizem. Claro, é muito difícil tu achar pessoas de mente aberta para isso. Não digo mente aberta do tipo "ahhh, agora que ele disse isso eu sou 100% cristão" (até vir um muçulmano falando outra coisa e o discurso mudar); mas sim de poder ouvir o que o outro tem a dizer respeitando-o e emitindo opinião igualmente respeitosa. Religião, assim como qualquer outro assunto, se discute sim! 

Enfim, voltando ao filme... Há uma parte em que um casal se encontra num restaurante e começam a conversar: "Tenho novidades" (falam os dois meio que juntos). E o homem fala primeiro da sua boa notícia, enquanto a mulher fala depois: "Tenho câncer". Eis que surge a figura do amor como moeda de troca, como carta de negociação. O homem fala algo do tipo: "Tá, mas não era esse o nosso acordo", quase como se a mulher fosse culpada de ter o câncer. Eis que o amor, ali, aparece somente como algo usável. Tu pega o que te faz bem e deu. O outro usa de ti o quanto precisar e deu, troca por outro "amor". Bizarro, eu diria, mas não irreal. Pelo menos, ao percorrer da história, a mulher deixa de procurar o amor desse homem e procura um outro amor muito mais forte para ajudar na dor dela. Claro que ela chega apedrejando primeiro para depois se mostrar vulnerável, mas ela procura a Deus para aliviar o coração dela. O filme para por aí para ela, mas é o necessário para que se entenda a mensagem dessa personagem.

O jovem de antes, continua na sua busca enquanto isso. A ele, são dadas 3 aulas de 20 minutos para provar que Deus não está morto. Tendo uma semana para preparar cada aula, ele tem que se dedicar bastante para isso. O que mais me impressiona é a resposta dele do "porquê dele fazer isso": "Eu acho que Deus está me dizendo para fazer isso, acho que essa é a vontade Dele para mim". Simples e direto: "Porque Deus quer". Uma das grandes lutas dos católicos é entender a vontade de Deus. Muitos podem dizer: "mas eu entendo perfeitamente a vontade de Deus", até que algo ruim acontece e se revoltam. Esse jovem não tem o apoio dos pais, colegas e tampouco da namorada, que termina com ele por ele ter decidido estar ao lado de Deus nessa batalha. Quando perguntado por um colega sobre por que ele estava fazendo isso, ele responde: "Não quero que as pessoas achem que não devem acreditar em Deus só porque um professor acha que não devem." Ele quer ser esse sinal de Deus para os 80 jovens da aula que escreveram "Deus está morto". 

Pensando nisso, quantas vezes não vemos as pessoas ao nosso redor se escondendo e escondendo sua face cristã e deixando de ser sinais de Deus para os outros? Por coisas pequenas já caímos. Com certeza eu me incluo nessa. Sou fraco. Sou pecador. Porém, eu sei que tenho que melhorar e é essa a minha luta diária. Quero cada vez mais poder mostrar que eu sou um jovem católico. E tenho que dizer, eu estudo na Pontifícia Universidade Católica e o mais raro de eu encontrar lá, pasmem, é um católico. Não estou julgando que as outras religiões não podem ser seguidas para estudar lá ou que a pessoa não pode ser ateia e estudar lá, mas é incrível que eu possa contar nos dedos as pessoas que estão ao meu redor (incluindo de outros semestres) que professam a fé católica. Fico pensando... e se nesse meio todo, tiver pessoas que nunca tiveram o contato com Cristo e somente eu puder ser esse sinal Dele? E se eu puder levar Cristo a eles? No filme, o jovem conversa com um reverendo que diz para ele que ele deveria fazer isso, afinal, se ele não fizesse, talvez muitos daqueles jovens (se não todos) nunca mais pensariam em por os pés dentro de uma igreja. 

O professor ateu é o ponto chave do filme. Ele tinha o conhecimento. Sabia do que estava falando. Já tinha sido cristão e caiu no meio do caminho. Numa das conversas com o jovem, ele fala de sua mãe, vítima do câncer, como uma pessoa que acreditava em Deus enquanto Ele a estrangulava. Ainda diz: "Um Deus que permite isso não merece nenhuma crença". Claramente já começamos a ver um dos motivos do ateísmo ter se tornado algo tão forte para ele. Ter conhecimento da Bíblia ele tinha, tanto que usa algumas vezes para atacar o seu aluno, mas, aparentemente, ele não entendia o que estava escrito. Ele preferiu separar a razão da fé e se afundou em si mesmo. Por mais que seja sentida, a fé também tem que provir da razão. Afinal, como já dizia São Pedro, temos que estar "sempre prontos a dar a razão de nossa esperança a todo aquele que a pede". A morte pode parecer algo que interrompe os planos de Deus, seja para a pessoa, seja para a família. Não... Para o catolicismo, a morte é só uma passagem. Da vida terrena, para a vida eterna. A morte não é ruim. Ou seja, talvez não entendamos porque pessoas morrem cedo, porque outras levam um século para morrer, mas por que deveríamos entender? Isso não cabe a nós, seres humanos entender. Deus sabe o que faz, simples. 

Num dos embates do professor com o aluno, o jovem pergunta: "Quem você está querendo reprovar? Eu... ou Deus?". Pois é, parece que a resposta do professor seria "Deus". Afinal, é muito fácil repreender a Deus e botar a culpa de tudo Nele. Infelizmente, difícil é entender que a humanidade que é uma droga. É fácil criticar o catolicismo por não fazer nada. Difícil, é ver e entender o quanto faz e que não busca aprovação da mídia, mas sim fazer o bem por ser o que Deus quer de nós. Os católicos não tem a obrigação de mostrar para todo mundo que fazem o bem. Eles tem é a obrigação de fazer o bem. E ainda digo que quanto menos divulgação tiver o ato de bondade, mais grandioso ele será para Deus. Mas como eu disse, fácil é criticar, difícil é entender. 

Eis que após a pergunta, há um diálogo entre o jovem e o professor: "Por que você odeia a Deus??", grita o jovem umas três vezes; "Porque ele tirou tudo que eu tinha", responde o professor gritando também; "E como você pode odiar alguém que não existe?". Não estou aqui para criticar nenhum ateu e nem falar para ninguém para seguir o catolicismo, isso é uma decisão de cada pessoa, mas é incrível ver tanta gente criticando a Deus e se chamando de ateu. Me desculpem, mas eu acho ridícula essa moda de ateísmo que eu tenho visto nesse meu tempo de vida. Parece que é legal se chamar de ateu... Por que eu digo que isso é uma moda? Porque muitos dos ateus que existem nos nossos grupos não são ateus, mas pessoas que adoram dizer que Deus não existe e que é tudo faz-de-conta. Fico me perguntando... se Ele não existe, por que vocês ficam criticando tanto e xingando Ele??? Seria a mesma coisa que eu falasse que tenho um amigo imaginário e vocês ficassem querendo matar ele sem acreditar que ele existe. Cadê a coerência nisso? Enfim...

Então, o filme chega ao final e o professor começa a ver que errou. Indo atrás da mulher que se separou dele por ser contrária a ideologia dele, sofre um acidente e tem um diálogo com o reverendo pouco antes de sua morte em consequência do acidente. Nesse diálogo, ele reconhece que Cristo é o salvador dele e se entrega nas mãos de Deus. Recebe, até onde entendi, a unção dos Enfermos e tem a sua alma "encomendada". A conversão dele pode ter parecido ser de última hora, mas para Deus, nunca é tarde para se converter. Ele mesmo já nos disse isso no Evangelho de alguns fins de semana atrás. 

Talvez, para quem tenha lido até aqui, isso seja somente baboseira e non-sense. Afinal, por que eu, num blog que eu posto coisas de amor e blá-blá-blá, deveria estar falando sobre isso? Simples... é a minha religião. Quem disse que nessa postagem não fala de amor também? O amor de Deus é algo incrível, quando se abre o coração e se deixa Ele entrar. Talvez eu não devesse estar postando disso, fazendo esses comentários sobre o filme, mas eu precisava. Esse é o meu mínimo dever como católico, dar uma parte do meu testemunho, ser sinal Dele aqui na Terra. 

Era isso que eu tinha a dizer.
Deus NÃO está morto!

Um bom fim de semana a todos!
Um grande abraço,
Pedro Meyer!

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