quarta-feira, 27 de agosto de 2014

Can anybody hear me, or am I talking to myself?

(A quem quiser ouvir a música, aconselho a começar pelos 30 segundos, o tempo de antes é só aquelas introduções de clipe mesmo. E para quem nao conhece: aqui tá a letra dela e tem a tradução ali também, só procurar: http://www.vagalume.com.br/simple-plan/astronaut.html)

Eeeenfim, boa noite!
Estava aqui tranquilo, com vontade de escrever algo e botei umas músicas para tocar. Por acaso (quiçá), me veio essa música e na primeira frase já dei um pulo e falei (na minha mente, obviamente): "É ISSO!". Tá, dramas a parte, essa música fala de um personagem, o Astronauta. Através de diversas analogias com o dia a dia de um astronauta no espaço, a banda faz essa reflexão sobre o ser humano em si. O clipe começa com uma frase em inglês: "Being human is the most terrible loneliness of the universe", o que porcamente traduzindo seria "Ser humano é a mais terrível solidão do universo". Sim, eles pegam pesado nessa música.
Mas olha... tenho que ser sincero, o que me fez vir postar aqui foi uma coisa que me aconteceu no passado e que hoje em dia eu vejo como consegui mudar. Sempre fui alguém muito tímido e calado. Não sou a melhor pessoa para puxar assunto e nem para ir falar com alguém. Quando eu vim para Porto Alegre há 7 anos e 8 meses atrás, eu me senti exatamente como nessa música. Era eu entrando no Colégio Marista São Pedro como se tivesse ido numa missão à Lua. O jovem Pedro conhecendo algo totalmente novo e completamente estranho. Por alguns anos eu me senti um astronauta, perdido numa cidade completamente nova, com pessoas novas, mas ao mesmo tempo sozinho. (não que um astronauta conheça novas pessoas, mas enfim, vocês me entenderam... u.u)
Com o passar do tempo, a missão acabou. "Let's abort this mission now, can i please come down?". Sim, esse momento chegou. De duas maneiras, na verdade. O primeiro baque foi no meu CLJ I  (retiro de jovens da Igreja Católica), onde vi que não me adiantava guardar rancor e nem mágoas disso tudo que tinha me acontecido. Nele, vi que mesmo longe o amor da minha família continuava, vi que mesmo perto eu não dava valor. Bom, mas foi só um momento. O segundo baque quem realmente me conhece sabe qual foi. E é, quem não me conhece pode saber também, sem problemas: foi a morte do meu irmão. Sim, até o dia 23 de Fevereiro de 2012 eu tinha um irmão vivo. Hoje em dia tenho um intercessor. (respeito a fé de cada um). A morte dele fez a minha família se restabelecer. Uma rixa que já durava 5 anos foi rompida na madrugada do dia 24 de Fevereiro quando meu avô pegou o primeiro avião que pôde, entrou no meu antigo apartamento e deu um abraço no meu pai (eles não se falavam desde que começou essa briga). Esse foi um dos momentos mais importantes para a minha vida. Naquele dia, eu renasci. Deixei de ser o idiota de antes, passei a querer viver. Deixei de ser um passageiro e virei piloto da minha própria vida. Sim, muita coisa teve que acontecer para que eu abortasse a missão de astronauta. "So tonight i'm calling all astronauts" e lhes dizendo o seguinte: não esperem que algo assim aconteça. Sigam a vida de vocês independente de aparecer ou não alguém que te faça viver. A falta de amizades pode ser algo realmente complicado, mas isso muda! Se tu não tens amigos agora, ou tu é muito chato e tem que ver o que estás fazendo de errado, ou é porque não tem ninguém por perto de ti que valha a pena. Passei muito tempo sem ter a quem chamar de amigo. Hoje em dia, não consigo me desgrudar deles. Amigos vem e amigos vão, isso é verdade. Tu podes passar um ano todo vendo a pessoa e no outro já não conseguir mais ver por mudanças de horários, mas a amizade sobrevive a tudo isso. Cara! Eu tenho um grupo de amigos de Floripa que a gente se viu umas 10 vezes, talvez seja muito até, nesses últimos 7 anos que eu me mudei e sempre que nos encontramos é como se estivéssemos na quinta-série, o bando de idiotas que se juntava no recreio para debater dos Bolitos (longa história). É algo incrível renovar essa amizade a cada férias, poder ver que o carinho que um tem pelo outro não se apaga com a distância.

Enfim, tô me enrolando demais já aqui, mas uma vez que se abre o coração é difícil fechar de novo. :3
E isso me lembra uma frase que li hoje do pai do Ique (o cara do http://www.thebrocode.com.br/): "Volte a escrever. E dessa vez, não use lápis e nem caneta. Use o coração". É exatamente esse o meu propósito aqui. O meu coração está aqui, só tentem não judiar muito dele, ok? Obrigado!

Eras isso então, meus caros!
Um bom dia / uma boa tarde / ou uma boa noite para você que tá lendo aí!
Um grande abraço, Pedro Meyer!

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